sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Crônicas

Sempre gostei de ler. O hábito da leitura sempre foi incentivado aos alunos nos colégios onde estudei. Então, acabei gostando e criando esse hábito.
Só que de uns anos pra cá..acho que uns 3anos...comecei alguns livros e não terminei. Leio 02 páginas e o sono me domina. Fecho o livro e vou dormir. No outro dia, tento denovo. Tenho que voltar algumas páginas pra relembrar a história e pronto: SONO.
O que eu faço?
Vou de crônicas, ué! É mais rapidinho e a gente não perde a atenção.

Já leram o livro Doidas e Santas da Martha Medeiros?
Consegui devorá-lo em 3 dias.
E também tem o querido Fabrício Carpinejar que praticamente todos os dias deixa uma crônica p/ os seus leitores em seu blog.

Abaixo, deixou uma crônica da Martha Medeiros que eu adoro.

ELES SÓ PENSAM NISSO

Quarta-feira passada, estréia da peça Divã. Termina o espetáculo, os homens saem apressados e se amontoam uns sobre os outros num cantinho do Theatro São Pedro, como se ali estivesse acontecendo uma exposição clandestina com fotos de mulheres nuas. Mas não há mulher nua nenhuma. Ali há uma televisão, à frente da qual eles
se acotovelam para ver os momentos finais do jogo Inter versus Pumas.
Dia seguinte a dança de Deborah Colker encanta a platéia do Sesi. Assim que os bailarinos encerram a apresentação, as luzes se acendem e os homens arrancam seus
celulares dos bolsos com a ansiedade de quem precisa saber se o filho já chegou da missão no Haiti ou se a irmã sobreviveu à cirurgia no cérebro. Logo descobrem
o que querem descobrir. E começa o troca-troca de informações entre seres que nunca se viram, mas que agem como se fizessem parte de uma confraria: "Um a zero!", "Vão prós pênaltis", "Vai dar, sei não. Eles ainda nem chegaram ao estacionamento e já não tem a mínima lembrança do que assistiram no palco momentos atrás. O Grêmio perdeu.
Sério, acho comovente essa devoção.
Não é que homens gostem de futebol, é muito mais do que gostar. Eles ampliam seu universo através desse esporte. Tudo o que se diz, preconceituosamente, que um homem não é, ele é, desde que esteja num estádio ou em frente à tevê.
Ele se emociona, chora, festeja, pula, abraça, faz festa, se desespera. Dá um salto mortal sem nunca antes ter dado uma cambalhota. Extravasa-se. Solta no berro todas as injustiças acumuladas na semana e fica com o semblante abobalhado diante de um drible, como se estivesse assistindo ao vivo o jogo de pernas da Juliana Paes. Ele é tudo, menos um insensível.
Outra coisa: dizer que homens não têm boa memória para datas e acontecimentos importantes só pode ser implicância. Pergunte a qualquer um há quanto tempo não acontece um Grenal, em que dia começa a Copa, qual a escalação do time que ganhou a medalha de prata nas Olimpíadas de 2004, e ele acertará as duas primeiras perguntas e engasgará na terceira, quando então se dará conta da pegadinha: a seleção masculina não se classificou para disputar os jogos de Atenas. Não trucide o coitado.
A meu ver, todos os gols do Fantástico são iguais entre si e iguais aos que foram mostrados em 1979, 1985, 1994, mas quem sou eu? Apenas uma mulher. No entanto,
não é por ser mulher que vou fazer coro com aquelas que vivem reclamando de seus maridos e namorados por causa da segunda paixão deles. Segunda paixão, sim. A primeira é a mulherada. Visualize a cena: vários homens dentro de um teatro enquanto seu time está lá fora jogando. Se existe prova de amor maior, não conheço.

Eu confesso: chorei no final!
Fui

Um comentário:

  1. Crônicas e contos são minha especialidade. Isso quem diz são os outros e eu... tb. rsrsrs
    Brincadeiras a parte, gostei do blog.
    Um dia de paz pra ti.
    Bjo

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